O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) reafirmou as críticas ao ministro das Infraestruturas, depois de dizer que o mesmo abandonou a reunião com a estrutura sindical.
O presidente do sindicato, em declarações à CNN Portugal citado pelo Observador, reforçou o desagrado com o que diz ter sido o abandono da reunião por parte do ministro. Para o SPAC, o ministro “não pode ter esse tipo de comportamento”, dizendo que foi, por isso, “um mau dia”.
Tiago Faria Lopes disse: “Não sei se estava com pressa mas não pode acontecer”, classificando-a como “uma postura estranha para connosco”, recusando fazer comparações com o que aconteceu com os tripulantes de cabina, em que na reunião antecedente à assembleia-geral discutiu a proposta da TAP para um acordo.
Faria Lopes criticou, pois "o motivo desta reunião era apresentarmo-nos e discutir algumas preocupações que temos em relação ao grupo TAP. O ministro João Galamba não nos deu tempo"
O dirigente declarou: "Não vou comparar com colegas”, lamentando a “postura muito estranha para connosco. Abandona de forma inaudita e não está no seu melhor dia, não pode ter este tipo de comportamento”. O presidente do SPAC insiste que João Galamba “não está preparado para ter em mãos o dossiê TAP”.
A estrutura sindical refere que a reunião entre ambos era para “ser produtiva e alertar para o futuro da TAP”, mas “o senhor ministro não quis ouvir e foi perentório a dizer que não negociava com o sindicato”. O líder do SPAC concorda com o que João Galamba referiu que quem negociava com o sindicato era a actual administração. “O acordo temporário de emergência não serve para a companhia” e, por isso, o sindicato viu Galamba dar “carta branca que o antecessor não tinha dado. Ficamos descansados mas muito preocupados com futura da TAP”.
"Um ministro, aliás, que desculpa os erros de gestão com os supostos lucros da TAP Air Portugal em 2022", reforçando que o governante "culpabiliza os maus resultados da TAP" com "a massa salarial dos trabalhadores, nomeadamente dos pilotos".
O Sindicato lembra que os lucros que a companhia refere ter conquistado em 2022 "muito advêm dos cortes salariais" e "do aumento dos preços", salientou, garantindo que "o grupo IAG aumentou a massa salarial para 21,5%, a Lufthansa para 24% e o grupo KLM Air France para 31%, sendo que a TAP diminui de 21% para 14,3% escudando-se na União Europeia".
O problema, conclui, não é a massa salarial, “é um problema de gestão”.
O Ministério das Infraestruturas não respondeu aos pedidos de esclarecimentos da Comunicação Social.
Jornalista