Situada numa ampla estrutura que serviu de palácio e fortaleza durante quase três milénios, até 1967, a Torre de David conta hoje de forma convincente a história da cidade santa de Jerusalém.
Após mais de uma década de planeamento e três anos de construção envolvendo uma equipa multidisciplinar de especialistas, o tão aguardado momento chegou: a conclusão da parte final da reforma do Museu Torre de David, em Jerusalém, com a inauguração do Pavilhão Angelina Drahi. Esta adição arquitectónica, situada na Cidade Velha de Jerusalém, marca um marco significativo no rico património cultural da região.
Devido às restrições que proíbem a construção acima da altura das muralhas da Cidade Velha, foi necessário um esforço excepcional: uma escavação de 17 metros para a construção do pavilhão. Este agora abriga a bilheteira do museu, uma galeria para exposições temporárias, escritórios, uma zona de estar à sombra e, em maio de 2024, uma cafetaria, enriquecendo ainda mais a experiência dos visitantes.
Situada num local privilegiado entre a Cidade Velha e a Nova, com quase três mil anos de história, a cidadela da Torre de David destaca-se como um local único para contar a história de Jerusalém. Com o novo Pavilhão Angelina Drahi, localizado próximo ao Portão de Jaffa, o Museu da Torre de David tornasse assim a porta de entrada para explorar Jerusalém, permitindo aos visitantes mergulhar na rica narrativa desta cidade milenar.
O arquitecto responsável por esta expansão, Etan Kimmel, compartilhou as suas reflexões sobre o desafio arquitetónico: "A oportunidade de trazer o século 21 para este antigo local icónico é ao mesmo tempo uma responsabilidade e uma honra". Ele destaca o delicado equilíbrio entre preservar o passado histórico de Jerusalém e introduzir novas estruturas arquitetónicas modernas.
Já Yotam Cohen-Sagi, arquitetco-chefe do projecto, enfatiza a complexidade de construir no subsolo ao lado de uma cidadela com milhares de anos de história, descreveu o meticuloso planeamento e as medidas adoptadas para minimizar a incerteza durante as escavações, garantindo o respeito pela rica herança arqueológica da região.
“Somente é preciso usar uma colher de chá para desenterrar antiguidades na Cidade Velha de Jerusalém, e isso é ainda mais verdadeiro quando nos encontramos a construir uma estrutura de 1000 m2 no subsolo ao lado de uma cidadela com milhares de anos, assim , desde o primeiro momento utilizámos todas as ferramentas ao nosso dispor.”, afirmou o chefe do projecto.
O novo Pavilhão Angelina Drahi não apenas proporciona uma mudança na circulação para o sítio histórico, mas também serve como um ponto de conexão entre os diversos níveis que o cercam. Além disso, abriga a primeira exposição, a Escola Jerusalém, que presta homenagem ao legado artístico da cidade desde o século XX até os dias actuais.
Com a inauguração deste pavilhão, o Museu Torre de David reinventa-se, oferecendo aos visitantes uma experiência enriquecedora que combina história, arte e arquitetcura de forma magistral, reafirmando o seu papel como um dos locais mais emblemáticos de Jerusalém.