FELGTBI+ denuncia uma preocupante carência de cuidados de saúde sexual

por: Vanessa Miranda
FELGTBI+ denuncia uma preocupante carência de cuidados de saúde sexual
Turismo sexual

 Em contexto do Dia Europeu da Saúde Sexual, a Federação Estatal de Lésbicas, Gays, Trans, Bissexuais, Intersexuais e outros (FELGTBI+) em Madrid, denuncia uma alarmante carência de cuidados de saúde sexual

 

Em contexto do Dia Europeu da Saúde Sexual, a Federação Estatal de Lésbicas, Gays, Trans, Bissexuais, Intersexuais e outros (FELGTBI+) em Madrid, denuncia uma alarmante carência de cuidados de saúde sexual para mulheres lésbicas, trans e bissexuais e acautela para a discriminação que sofrem no sistema da saúde.

 

A coordenadora do Grupo de Política Lésbica da LGTBI + Federação Estadual, Tatiana Casado, revelou que a sua mulher foi informada de que não precisava de fazer uma citologia, pois era lésbica.

Também explicou que, em ginecologia, não são dadas informações sobre a prevenção ou hábitos de saúde sexual, quando há muitas doenças sexualmente transmissíveis, nas relações sexuais entre mulheres, se não forem tomadas as devidas precauções.

Acrescentou, ainda, que apesar de o chemsex (consumo de substâncias sexualizadas) ser associado a homens, existem mulheres lésbicas que o praticam, e não existem campanhas de prevenção, ou até redução de danos.

Por seu turno, a coordenadora do Grupo de Política Bissexual da LGTBU + Federação Estatal, Noelia Mellado, esclareceu que a realidade bissexual não é tida em consideração nas consultas de ginecologia, não sendo ponderadas que as práticas de uma mulher bissexual ou plurisexual possam ser diversificadas, sendo que é assumido, por defeito, que se é heterossexual ou mulher lésbica, em consulta. Esta negligência coloca de parte muitos aspetos relacionados com a saúde sexual, ignorando as especificidades da sigla, não existindo brochuras de prevenção das DST.

Além disso, Noelia Mellado, denunciou que, nas escassas vezes que se impõem como bissexuais, são julgadas pelo preconceito de que são promíscuas.

No seu discurso, acrescentou, que os doentes têm de aprender por si só, já que o pessoal da saúde não recebeu formação específica. Em Espanha, não existem muitos estudos sobre a saúde sexual das mulheres bissexuais, e nem sobre a saúde mental. Os estudos que existem, internacionalmente, mostram dados terríveis. Referiu, também, que as pessoas bissexuais são invisíveis na sociedade, nos media, e até mesmo no sistema de saúde tendo impacto na saúde.

Saúde Sexual das mulheres trans

Anna de Nicolás, coordenadora do grupo Trans Policies, explicou que as necessidades de saúde sexual de pessoas trans são, ainda, desconhecidas por profissionais de saúde e que, por vezes, não sabem que uma mulher trans tem de ser encaminhada para a urologia, ao invés da ginecologia. Neste seguimento, esclareceu que existe uma necessidade de acompanhar mulheres trans que tiveram uma vaginoplastia e, atualmente, esse acompanhamento depende da vontade da pessoa que operou.

A coordenadora, garantiu que há um grande estigma para com pessoas trans, em termos de saúde sexual. Para muitas pessoas trans ir ao médico é sinónimo de ansiedade e medo de como vão olhar para si.

De acordo com um inquérito efetuado pela LGTBI + Satet Federation, em 2020, mais de 50% das pessoas trans atrasaram ou cancelaram as suas consultas, para evitarem a discriminação.

Defesas para garantir um tratamento adequado


Deste modo, a representante do Grupo de Saúde Sexual da LGTBI + Federação estatal, Alicia Martín, vincou que as mulheres LTB têm direito em receber o tratamento adequado, conforme as circunstâncias, e não se pode continuar a consentir com os preconceitos sentidos por determinados profissionais de saúde.

 

Portanto, é exigida mais formação para os profissionais de saúde em geral e especialistas em ginecologia e urologia, em especial para que as mulheres LTB possam usufruir do seu direito de ter cuidados de saúde que respondam às suas necessidades, defendeu Martín.  

 

RIU Hotels & Resorts

Amsterdam City Card

Etihad Airways