Governo lança agenda para a valorização dos profissionais do turismo e aposta num aumento de 20% do número de trabalhadores do sector.
Esta é uma agenda estratégica, com 20 medidas, que visa aumentar em 10% os profissionais de turismo com o ensino secundário e superior, crescer 15% no número de estudantes em Turismo em todos os níveis de ensino e incrementar em 20% a população empregada no setor.
Entre as 20 medidas apresentadas destacam-se, entre outras, o Plano Nacional para a Modernização e Especialização da Rede de Escolas Hotelaria e Turismo, a concretização da Academia Internacional de Turismo – integrando ensino superior, ensino profissional, I&D e empreendedorismo, o lançamento do Atlas - Programa de benefícios para os profissionais de turismo, a majoração do financiamento a empresas com boas práticas laborais e de formação, reforço da formação para acelerar a dupla transição – climática e digital – e a internacionalização de empresas e marcas. Estão ainda previstas campanhas para a valorização das profissões do Turismo.
A Agenda para as Profissões do Turismo é um documento aberto, em contínua construção, que tem como grande ambição tornar Portugal o destino de referência para estudar e trabalhar no setor do turismo.
“Portugal no melhor destino para estudar e trabalhar em turismo” é o foco da Agenda Profissões do Turismo 2023/2026.
O Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, destacou que os desafios do turismo prendem-se com a falta de mão de obra, qualificações e baixos salários, sendo que se estima um crescimento de 5,8% nesta década, no sector.
Reforçou, também, que o turismo é uma actividade do futuro, e por isso estima-se que o sector crie 193 mil postos novos de trabalho em Portugal, salientando que um emprego no turismo cria 1,5 em outros sectores.
Estas dificuldades sentidas no turismo, levam a que cerca de 27% dos profissionais abandonem o sector devido aos salários, horários e falta de progressão na carreia.
Perante estes resultados, Nuno Fazenda, evidenciou a importância da valorização das profissões do turismo sendo, por isso, fulcral a melhoria de salários.
Então, as prioridades passam por valorizar as profissões do turismo, captando mão-de-obra e retendo talento; qualificar os actuais e futuros profissionais do turismo; cooperar internamente e com outros sectores de actividade e incluir promovendo a diversidade e criação num sector que valoriza as diferenças.
É nestas prioridades, que a nova estratégia assenta num conjunto de 20 medidas com o propósito de tornar Portugal no melhor destino para estudar e trabalhar em turismo. Nuno Fazendo reforçou “Portugal será a escola de turismo da Europa”.
As metas focam-se em aumentar em 10% os profissionais de turismo com ensino secundário e superior (sendo que actualmente metade tem o ensino básico); aumentar em 15% os estudantes em turismo em todos os níveis de ensino e aumentar em 20% a população empregada no sector (em 350 mil até 2026).
Algumas medidas da estratégia da Agenda Profissões do Turismo 2023/2026, passam pela criação de uma campanha para valorizar as profissões; um programa que apresenta benefícios para os profissionais do turismo, através do cartão Atlas; um projecto pensado para a valorização das boas prácticas laborais e de formação.
Outras iniciativas pensadas relacionam-se com um plano para a modernização e especialização das redes de escolas de hotelaria e turismo, com a criação de um centro enogastronómico em Lamego e uma escola temática de chocolate em Óbidos; uma Academia Internacional de Turismo (campus do Estoril); Programa de formação para a dupla transição no turismo – Upskill no Turismo e a formação em internacionalização de empresas e marcas.
Em contrapartida, a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, destacou que o turismo regista uma simbólica melhoria de salários desde 2015 (em média subiram 26%). Mas há, ainda, um caminho a percorrer para quebrar esta precariedade, frisou Ana Mendes Godinho. Em 2015 havia 48% de trabalhadores com contrato permanente, agora existem 60%, estando ainda longe da média em comparação com outros sectores.
O turismo é uma ferramenta importante para desenvolver o país, e por isso é importante “crescer nas qualificações, na atractividade das profissões e nos profissionais, para crescer num turismo mais sustentável e mais inclusivo”, sublinhou Nuno Fazenda.